EUTENTOFAZERARTE: Máscara em modelo de argila preparada para papel marchê, Macaé, rj 2013

EUTENTOFAZERPOESIA

ATREVIDO

ESCREVO POESIA

NEM SEI

COMO ME ATREVO

A TAMANHA HERESIA

QUE ME DESCULPEM OS

VERDADEIROS POETAS

PELA MINHA INTROMISSÃO

NESSA ARTE QUE EMANA

DO CORAÇÃO

É POR PURA TEIMOSIA

QUE INSISTO EM FAZER POESIA

MEU PORTUGUÊS É FRACO

E MINHAS IDEIAS CHINFRINS

MAS O QUE EU POSSO

FAZER SE COMEÇO A PENSAR

E AS PALAVRAS

JÁ QUEREM

SE JUNTAR

DEFINITIVAMENTE

NÃO SEI O QUE HÁ

POETA NÃO POSSO ME JULGAR

SE POETA FOSSE

SABERIA CONJUGAR

NO MODO INDICATIVO

DO PRESENTE

E NA PRIMEIRA PESSOA

DO SINGULAR

O DIFÍCIL

VERBO AMAR

Leyr

Eutentosersão

Elefante

Hoje quando acordei e abri a janela
Para contemplar o dia,
Vi algo que você não acreditaria...
Primeiro senti um cheiro forte de amendoim
E de repente, caiu uma coisa em mim.
Fui ver era uma casca...
Casca de amendoim.
Olhei para cima e vi
Um imenso elefante prateado flutuando
Sobre o meu telhado.
Fechei a janela rapidamente e pensei:
Isso está acontecendo
Ou será que estou enlouquecendo?
Um elefante no telhado.
Tô ficando pirado?
Abri a janela, olhei de novo e pra meu
Espanto o tal elefante tinha mudado de cor.
Agora era todo amarelo...
Amarelo ovo.
Fiquei bolado de novo.
Elefante no telhado...
Será que tô drogado?
Não! Eu não uso drogas!
Que droga!
Chego à conclusão
Que aquilo é só coisa da minha imaginação.
Tô ficando piradão!
Decido olhar de novo e pra meu espanto
Ele continua lá no telhado.
Mas agora, não é mais amarelo cor de ovo,
Nem prateado.
Tá lindo!
Todo quadriculado.
Lindo,
Indo e vindo.
Flutuando...
Sua cor vai mudando...
Flutuando...
Fico viajando...
De repente me lembrei
Que tenho que sair.
Tenho que ir trabalhar
E, por um instante,
Pensei em pedir ao elefante flutuante
Que ficasse ali até eu voltar.
Mas caí na real e pensei:
Pirei!!!
Fechei a janela me arrumei
E saí.
Bati o portão e
Ao dar o primeiro passo em direção ao trabalho,
Me virei e olhei lá da rua para o meu telhado
Na esperança de minha alucinação
Ter terminado.
Que nada!
O elefante estava lá, agora todo dourado
Pairando suavemente sobre o meu telhado.
Caminhei pela rua desconfiado que
Realmente eu tinha pirado.
Flutuando no telhado...
Elefante dourado,
Prateado,
Quadriculado.
Que imaginação!
Acho melhor é cair na real
Ir para o trabalho
Voltar cansado e desanimado
Como todo dia eu faço.
Dou mais um passo
Rumo ao trabalho.
Mas uma dúvida me devora:
Será que o elefante flutuante foi embora?
Já está quase na minha hora...
Mais dois passos.
Vou acabar me atrasando...
Vou pensando,
A todo instante
No tal elefante flutuante.
Melhor deixar isso pra lá!
Que viajem delirante...
Assim não dá!
Não vou mais pensar!
Deixa eu cair na real.
Mais um passo,
Mais dois passos.
Penso no trabalho.
Mais um passo.
Elefante no telhado...
Prateado...
Continuo no percurso pro trabalho.
Mais um passo.
Pensamento vai e vem.
Elefante flutuante...
Me sinto muito bem!!!
Flutuante,
Multicor,
Piradão,
No telhado,
No trabalho,
E então,
Nem mais um passo.
Penso na minha viajem surreal.
Caio na real.
Olho pra vida ao redor,
E me pergunto:
Será que a realidade é mesmo melhor?
Volto pra casa.
Abro a janela
E diante da realidade sufocante,
Fico com meu elefante flutuante .

Leyr

Eutentofazerpoesia

ADO, ADO, ADO TRABALHADOR ENQUADRADO

TÔ TODO FERRADO

PEGO O ÔNIBUS LOTADO

NÃO TENHO UM TOSTÃO FURADO

MEU CARTÃO TÁ BLOQUEADO

TÔ FICANDO AGONIADO

TENHO QUE ARRUMAR ALGUM TROCADO

NÃO POSSO ALMOÇAR FIADO

NO BOTECO AQUI DO LADO

MEU BOLSO TÁ FURADO

JÁ TÔ DESESPERADO

DESSA SITUAÇÃO JÁ TÔ SATURADO

ME SINTO ESGOTADO

DE TRABALHAR ASALARIADO

E SER TÃO MAL REMUNERADO

FICO MUITO CHATEADO

POR NÃO TER ESTUDADO

POR ISSO SOU TÃO EXPLORADO

MAS TENHO UM SONHO DOURADO

VER MEU FILHO MUITO AMADO

SER UM TRABALHADOR QUALIFICADO

SER MUITO ESTUDADO

E BEM PREPARADO

AINDA VEJO ESSE SONHO REALIZADO

POR ISSO ACEITO CALADO

SER TÃO SACRIFICADO

Leyr

Eutentofazerpoesia

Copinho plástico

Estou aqui parado

Junto aos meus iguais

Aguardando a hora

De sair daqui e seguir

O destino que

Me foi reservado

Só de pensar nisto

Fico desesperado

Chega alguém e

Pede um café

Para viagem

Saio da embalagem

Sinto o calor preencher

Todo o meu vazio

Lá fora está frio

Sei que logo

Serei descartado

O café acabou

Minha hora chegou

Sou jogado fora

Amassado e

Desprezado

Jogado

Num canto de calçada

Não sirvo mais

Para

Nada

Leyr

Eutentopensar

Viva Vandré

“Vem vamos embora

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer”.

Gritava nos anos sessenta

a música de Geraldo Vandré .

Hoje não sabemos nada.

Estamos andando de marcha ré

Apesar da tecnologia danada.

Esperamos não sabemos o quê.

Vivemos submersos na busca

Desenfreada de prazer.

Esperamos acontecer...

Não lutamos por nada!

Vivemos numa sociedade acomodada

Onde o consumismo

é o único idealismo.

Sociedade alienada.

Presa no individualismo.

Não sabemos nada!

Aceitamos qualquer migalha

De um governo corrupto e canalha.

Somos ainda um imenso cordão

Caminhando sem direção.

Se liga minha gente!

Não adianta ser do bem

E desconhecer a força que tem.

Leyr

Eutentonãoaceitar

Ano que vem tem MAIS!

Avalanche de

Hipocrisia

Avalanche de

Incompetência

Avalanche de

Descaso

Avalanche do

Mau uso do dinheiro público

Avalanche de

Desrespeito ao ser humano

Avalanche de

Corrupção

Avalanche de

falta de vergonha

Enchente de

Lágrimas

Enchente de

Dor

Enchente de

Desespero

enchentte de

saudade

Morte do

Pai

Morte do

filho

Morte da

Avó

Morte do

Amigo

Morte do

Vizinho

Morte do

Primo

Morte do

neto

Morte da

Esposa

Morte do

Marido

Morte do

Genro

Morte da

Nora

Morte

Da família inteira

Morte da

Namorada

Morte do

avô

morte do

irmão

morte da

irmã

Morte da

esperança

LEYR

Eutentofazerrap: O Rap Boladão

Se liga meu irmão,

esse é o Rap boladão.

Vou te mandar a real:

Eu não tenho um real !

Tá chegando a eleição...

Qual a minha opção?

Votar no bandido ou no ladrão?

Preciso pesquisar entre

todos os candidatos ....

Na tv tem todo tipo de gaiato,

uns são idiotas outros sem moral ,

todos com direito ao horário eleitoral

que disputa o poder com o jornal nacional ,

Mas não se engane: nessa história só você que se dá mal.

Dizem que não tenho opção.

Não posso deixar de votar,

afinal, é meu papel de cidadão

ou será papel de bundão?

Ser cidadão é ter o direito e o dever

de dar mordomia e emprego pra ladrão?

Votar é obrigatório,

diz a democracia .

E eu digo : Quanta hipocrisia!

Enquanto você paga imposto

O político só se cria .

O miserável esse, coitado,

vende seu voto

pra encher a barriga vazia

e o banqueiro sorri aliviado

se aliando ao político mais safado.

Os dois corrompem a nação

dão dinheiro pra todo mundo

polícia , capitão e delegado

cada um ganha um bocado.

Eu ,aqui do meu lado,

sofro calado .

O povo ignorante

não conhece a palavra levante,

Pensa que mora num "gigante

pela própria naturza".

Quanta pobreza!

Eu vou votar nulo

mesmo que eu perca a rima .

Neste caso, nulo não tem rima .

Nulo rima com revolta

de ver no dia da eleição,

um bando de idiota

achando graça

da própria desgraça .

Se liga meu irmão,

se liga cidadão,

eleição é enganação,

democracia é mentira.

Se liga na missão ,

é hora de revolução !

É hora de evolução,

cidadão !

Leyr

Eutentoescrever

PAISAGEM DE MIM

AQUI NESTE BANCO ONDE ME ENCONTRO AGORA JÁ ESTIVE MUITAS VEZES. HÁ MUITOS ANOS ME SENTO NESTE BANCO PARA PENSAR E OBSERVAR OS HORIZONTES. É ISSO MESMO QUE VOCÊ LEU: HORIZONTES NO PLURAL PORQUE AQUI CONTEMPLEI E CONTEMPLO SEMPRE DOIS HORIZONTES DISTINTOS E AO MESMO TEMPO COMPLEMENTARES: O HORIZONTE REAL DA PAISAGEM E O HORIZONTE SURREAL DA MINHA EXISTÊNCIA.

ESSE BANCO ANTIGAMENTE ERA DE CIMENTO E TINHA UMA PROPAGANDA DE LOJA ESTAMPADA NELE. DEPOIS, FOI TROCADO POR UM DESSES BANCOS DESCONFORTÁVEIS DE MADEIRA QUE EXISTEM PELAS PRAÇAS DE VÁRIOS BAIRROS DO RIO. AGORA ELE É MODERNO COM PARTES DE FERRO E COMBINA COM A ESTÉTICA URBANA DO LOCAL. ELE FICA NUMA CURVA DO CALÇADÃO QUE LIGA A PRAIA DAS FLECHAS, NO BAIRRO DO INGÁ, À PRAIA DE ICARAÍ.

DAQUI VEJO A PEDRA DE ITAPUCA, O MAC, PARTE DO RIO DE JANEIRO, AS MONTANHAS AO FUNDO, O PARQUE DA CIDADE, O FORTE DE JURUJUBA E MUITAS OUTRAS COISAS QUE MINHA PERCEPÇÃO E MINHA VISÃO ME PERMITEM VER OU SONHAR.

VENHO AQUI DESDE QUANDO TINHA UNS QUINZE ANOS. SEMPRE VENHO À NOITE. PASSO HORAS NESSE LUGAR. ATÉ EMBAIXO DE CHUVA JÁ FIQUEI AQUI SENTADO. LONGE DE TUDO... PENSAMENTO INDO E VINDO NO RÍTMO DAS ONDAS QUE BATEM NAS PEDRAS, SENTINDO O VENTO ME TOCAR... ESTANDO SEM ESTAR, PENSANDO SEM PENSAR E SENTINDO SEM PARAR...

UMA VEZ FIQUEI AQUI A NOITE TODA E, NUM CERTO MOMENTO, SENTI MUITO FRIO E, EM OUTRO, OUVI O BOLERO DE RAVEL COMPLETO SAINDO DIRETO DO SILÊNCIO DA NOITE OU DA MINHA ALMA, NÃO ME RECORDO BEM.

SENTADO OLHANDO O MAR, AS NUVENS ESCURAS, AS ESTRELAS DO CÉU E, AS VEZES, COM SORTE, AS DO MAR, JÁ PUDE REFLETIR MUITO. SONHEI MUITO TAMBÉM. AQUI JÁ RI SOZINHO, JÁ CHOREI SOZINHO, JÁ GRITEI DE RAIVA E DE ALEGRIA. NESTE BANCO ME PERMITO SAIR E ME VER CAMINHAR PELAS CONTINGÊNCIAS DE MINHA VIDA.

SEMPRE QUE PUDER VIREI AQUI E SENTAREI NESTE BANCO, OLHAREI AS MESMAS COISAS DE SEMPRE, MAS CADA VEZ COM UM OLHAR OU SENTIMENTO DIFERENTE.

O MAIS LEGAL DE TUDO ISSO QUE TE CONTO AGORA É QUE, NA MAIORIA DAS VEZES QUE VENHO AQUI, VENHO SOMENTE EM PENSAMENTO. AGORA, POR EXEMPLO, ESTOU SENTADO NESTE VELHO BANCO SENTINDO A BRISA DO MAR, DIANTE DESTE CENÁRIO QUE É SÓ MEU, PORQUE SÓ EU O VEJO COMO VEJO, E MEU CORPO ESTÁ EM OUTRO LUGAR. ELE ESTÁ LÁ EM CASA, MUITO LONGE DAQUI, DEITADO NA CAMA ESPERANDO EU VOLTAR. TALVEZ EU VOLTE VOANDO COMO NA PINTURA “SOBRE A CIDADE” DE MARC CHAGALL OU ENTÃO EU SIMPLESMENTE ABRA OS OLHOS E PERCEBA QUE VOLTEI.

ESPERO QUE UM DIA, EU POSSA FICAR AQUI SENTADO PARA SEMPRE IGUALZINHO AQUELA ESCULTURA DE DRUMMOND LÁ EM COPACABANA. FICAREI PRA SEMPRE CONTEMPLANDO A PAISAGEM MAIS MINHA QUE JÁ VI.

A DIFERENÇA ENTRE EU E A ESTÁTUA DE DRUMMOND É QUE OS VÂNDALOS QUE, VEZ POR OUTRA, ROUBAM SEUS ÓCULOS, NÃO VÃO ROUBAR OS MEUS PORQUE, APESAR DE EU TAMBÉM USÁ-LOS, NÃO OS TEREI COMIGO, PORQUE ESTAREI LIVRE PARA OLHAR INDEFINIDAMENTE COM OS OLHOS DA ALMA E A ALMA NÃO PRECISA DE ÓCULOS... SÓ AS ESTÁTUAS.

LEYR

Eutentomemanifestar

Manifesto do Professor.

É público e notório que a educação no Brasil encontra-se, por vários motivos, num nível baixíssimo de qualidade. Com certeza existem muitas causas para o mau desempenho da educação brasileira. Alguns críticos creditam o fracasso da educação a seus profissionais. O que demonstra se não uma total falta de conhecimento de causa, uma clara tentativa de atribuir a esses profissionais todo peso de um processo educacional que vem há anos sendo deteriorado pela incompetência daqueles que, governo após governo, vem conduzindo a educação brasileira. É óbvio que, como em qualquer profissão, existem professores com má formação ou desatualizados, mas com certeza, isso não é fator determinante para chegarmos a uma causa do mau desempenho de nosso sistema educacional. Os maus profissionais devem ser identificados, atualizados, aprimorados e cobrados. Acredito que culpar um único setor da sociedade pelo fracasso escolar é um erro no mínimo tendencioso. Penso haver um somatório de equívocos e descasos que ao longo do tempo, vem levando a educação brasileira ao fracasso. O descaso dos governos desde o início da implantação da educação no Brasil e a falta de consciência política da sociedade são causas mais relevantes neste processo de deterioração. Falta de investimentos e desvio de verbas minaram os alicerces da escola pública brasileira. O uso político eleitoreiro das instituições públicas é uma prática comum em nosso país como um todo, e como não poderia deixar de ser, também é um fator de desgaste do setor educacional. As escolas públicas não têm autonomia nem para eleger seus representantes diretos, diretores e etc. Outro fator determinante é a desestruturação de muitas famílias, que devido a fatores diversos influencia diretamente na rotina escolar. Outro aspecto significativo é a maneira equivocada como a educação é pensada e aplicada no Brasil.

Os tecnocratas da educação estão sempre formulando propostas pedagógicas que, muitas vezes, não contribuem muito para a reflexão sobre a realidade vivida nas escolas brasileiras. Não concordo com a postura dos pedagogos que parecem acreditar que tudo que a educação brasileira necessita para alcançar um patamar de qualidade significativo possam ser “recortado e colado” de postulados ideológicos de pessoas que pensavam a educação em outros tempos, outras realidades sociais. Como aplicar eficazmente as diretrizes educacionais propostas pelos governos se elas , muitas vezes não levam em consideração a realidade cotidiana das escolas e suas especificidades?

Enquanto a educação for pensada por políticos e tecnocratas desconectados do contexto da educação, nada irá mudar para melhor.

Os políticos são em sua maioria, corruptos e os tecnocratas são os seus favorecidos políticos. O Ministério da educação deveria ser dirigido por um profissional da educação e não por um político do partido x ou y que dependendo da situação, joga no lixo sua moral, sua ideologia e passa a se orientar pela ética que melhor lhe convier.

A escola pública tem que ser democrática, laica, prioridade política e isso não é o que temos visto. Gerir a educação pública com leis e conceitos desconectados das realidades regionais e porque não dizer, da realidade de cada escola, é desrespeito com o dinheiro público, é fugir à responsabilidade, é não respeitar o voto do eleitor, é antidemocrático. Um exemplo prático desses conceitos desconectados da realidade educacional é o próprio sistema de avaliação de desempenho escolar do governo federal, Prova Brasil, etc. Estas avaliações geralmente apresentam um conteúdo universalizado que não levam em conta as particularidades e especificidades de cada região e de cada cultura. Em suma, a educação tem que ser pensada a partir de suas bases: pais, conselhos escolares e profissionais da educação, secretarias municipais, estaduais e por fim, órgãos federais e políticos.

Acredito que a sociedade deva parar e fazer um grande questionamento sobre a educação e talvez até um plebiscito em que todos os envolvidos no processo educacional possam sugerir ações que culminem num projeto nacional de educação que venha determinar democraticamente quais seriam os conceitos norteadores de uma nova base educacional mais realista e eficaz, e que defendessem leis que garantissem, protegessem e aumentassem o valor das verbas governamentais destinadas à educação. A sociedade brasileira já se mobilizou tantas vezes em sua história para exigir mudanças, porque não repensar esta possibilidade de mobilização novamente? Um exemplo foi a campanha para eleições diretas para presidente. O slogan era: DIRETAS JÁ! A mudança foi feita, vários presidentes já estiveram à frente do Brasil desde então, mas mudanças significativas para o Brasil, como a reforma do judiciário, o imposto único, reforma na educação, entre outras, ainda não foram postas em prática. Proponho uma grande mobilização nacional e um novo slogan: RESPEITE O POVO JÁ!

Uma prova de respeito considerável seria dar ao povo uma educação digna para que esse povo passasse a “pensar” e, então, pudesse decidir de forma livre e consciente o destino de seu país. Para elevar o Brasil a uma condição digna no que diz respeito à educação é preciso uma verdadeira inversão de valores e uma profunda discussão pública em torno do assunto. É preciso redimensionar e redirecionar o papel de todos os envolvidos no processo educacional brasileiro. A educação no Brasil precisa sair do discurso e partir para a prática, com ideias verdadeiramente sintonizadas com as necessidades educacionais, com políticos comprometidos com a qualidade da educação, destinando verbas condizentes com a real necessidade da educação e sem interferência eleitoreira desses gastos, sem desvio de verbas e sem interferência de políticos locais nas escolas e secretarias de educação. Ou seja, sem hipocrisia, corrupção e favorecimentos. Outra necessidade urgente é fazer com que o profissional da educação resgate seu prestígio e o respeito da sociedade. Para isto, é necessário investir no profissional de maneira verdadeiramente significativa. Segundo a LDB educação é um direito de todos, dever do estado e da família. No Brasil nem todos tem acesso à educação e não é a mesma para todos. A família considera a escola um depósito de filhos e os governos desviam verbas da educação e não cumprem com seus deveres de forma eficiente . Então apesar de estar no “CTI”, a educação ainda está “respirando” porque tem em seu socorro àqueles que são tidos como vilões, os professores e profissionais da educação que carregam nos ombros e com o suor de seu corpo o peso de uma educação “moribunda”, mas que eles, e somente eles, ainda acreditam poder reviver.

É certo que é preciso muito investimento financeiro para melhorar a educação brasileira. É certo, também, que é preciso muito mais vontade, dignidade, ética e patriotismo. Estes requisitos, o profissional da educação tem de sobra e é o que se propõem todos os dias, a ensinar para todos aqueles que quiserem aprender.

Professor Leyr R. de Carvalho.

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

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